Tales Schutz (santinho). Um possante avançado, dois belos nomes e três vezes consecutivas a titular como record.
Tales nunca poderia ser horticultor, nunca foi tipo de criar raízes. Como o seu homónimo de Mileto, Tales Schutz (santinho) também se dedica à filosofia. Alguns pensavam que ele vivia do e para o futebol. Mas, na verdade, foi sempre a filosofia que norteou este Tales – em rigor, a filosofia do desprendimento. A sua citação favorita era de António Variações: “só estou bem onde não estou”.
Tales era de facto muito rápido. Como o Lucky Luke a fulminar a sua sombra, olhávamos para o lado e… pumba!, Tales já lá não estava. De espírito inquieto, entediava-se rapidamente das coisas. Tudo era demasiado longo. Especialmente, os 90 minutos de um jogo. Para Tales, o ideal era que o jogo se compusesse de dois pontapés de saída, um por cada equipa, e após estes pontapés íamos todos para casa felizes e contentes, a pensar onde ir no dia seguinte.
Não querendo maçar, até porque o currículo que apresentamos na figura é deveras esclarecedor, vamos só resumir o fabuloso percurso de Tales Schutz (santinho): Botafogo (sítio jeitoso para começar, sem dúvida); Atlético Paranaense (bonito, sim senhor); Ashod (ah, Israel e o seu futebol composto de ogivas de longo alcance e carrosséis ofensivos com sabor a pita shoarma); Maccabi Netanya (não se obtém prestígio nenhum se se jogar em Israel num clube que não seja “Maccabi”); Botafogo RP (cá está, o efeito do prestígio acumulado); Akratitos (onde arranjou atritos que o devolveram à procedência); Botafogo RP (outra vez, num encore pouco habitual); Cianorte (não, não é uma empresa de viação de Amarante); Jagiellonia (a Polónia era o sítio ideal para aprender a desenvolver um bigode como o do Lech Walesa) e Juventus SP (afinal, fazia muito frio na Polónia).
A partir daqui, os relatos dividem-se: os “Cadernos da Bola” apontam que Rondonópolis foi o destino; já a Wikipedia refere o Grémio Inhumense. É natural esta confusão. São dois grandes clubes quase indiferenciáveis. Acreditamos, inclusivamente, que é possível que tenha jogado cinco minutos num lado e outros cinco noutro. Não se esqueçam que Tales foi menino para estar em cerca de dez clubes em apenas cinco anos – ou seja, dois clubes por ano.
Depois, a glória: uma chamada da China, que ficara de olhos em bico perante as qualidades de Tales Schutz (santinho). A resposta de Tales ouvida pelos “Cadernos da Bola”: duas dúzias de golos em trinta jogos.
Golo após golo, Tales levava o riquexó do South China a píncaros nunca dantes experimentados. Fez chop suey das defensivas amareladas e arriscou desfilar em Tiananmen a dar toques na bola. Estava encontrado o novo Confúcio.
Porém, fiel às suas convicções, enterneceu-se ao ouvir falar do Leixões, um clube de homens do mar. Mesmo que estivesse quase a acreditar que era mesmo um avançado notável, Tales arrancou decidido para Matosinhos, deixando a China à beira de um ataque de nervos. Pedaços da Grande Muralha foram-lhe ofertados por milhões de crianças exploradas em fábricas de calçado, mas nada demoveu o impaciente Tales Schutz (santinho).
No Leixões, 394 intensos minutos em 10 jogos. Lamentavelmente, o fulgor goleador da temporada chinesa afundara-se como uma traineira ao largo da costa. Sem grandes surpresas, a direcção leixonense preparava-se para dispensá-lo logo na reabertura do mercado… mas Tales Schutz (santinho) já nem sequer lá estava: regressara ao South China, o único sítio que realmente o soube apreciar. Com ou sem crepes fritos.
Agora Tales Schutz (santinho) vive feliz, com uma impressionante e inédita estabilidade, num fértil campo de arroz com mais 30 ou 40 milhões de chineses, mais o Sidrailson – que deixou um rasto de saudade em Barcelos –, o relativamente obscuro Cacá e o igualmente icónico Detinho. Como podem ver na fotografia ao lado, e a menos que um escorpião lhe tenha paralisado os músculos faciais, Detinho está com um óptimo aspecto, encontrando finalmente um fato que lhe servisse.
Como curiosidade, a Wikipedia refere que Tales usa o nº28 nas costas, em homenagem ao dia em que conheceu a sua actual namorada. Porém, conhecendo bem Tales Schutz (santinho) como conhecemos, é provável que Tales já tenha mudado três ou quatro vezes de namorada entretanto. Pode também já se ter casado, divorciado, casado e preenchido os papéis para o divórcio novamente. E não será de estranhar que já tenha mudado de sexo, regressado ao normal e pensado em mudar de sexo outra vez ou tornar-se hermafrodita. Apostamos que nem a Wikipedia terá o mais recente update de Tales Schutz (santinho).
Tales nunca poderia ser horticultor, nunca foi tipo de criar raízes. Como o seu homónimo de Mileto, Tales Schutz (santinho) também se dedica à filosofia. Alguns pensavam que ele vivia do e para o futebol. Mas, na verdade, foi sempre a filosofia que norteou este Tales – em rigor, a filosofia do desprendimento. A sua citação favorita era de António Variações: “só estou bem onde não estou”.
Tales era de facto muito rápido. Como o Lucky Luke a fulminar a sua sombra, olhávamos para o lado e… pumba!, Tales já lá não estava. De espírito inquieto, entediava-se rapidamente das coisas. Tudo era demasiado longo. Especialmente, os 90 minutos de um jogo. Para Tales, o ideal era que o jogo se compusesse de dois pontapés de saída, um por cada equipa, e após estes pontapés íamos todos para casa felizes e contentes, a pensar onde ir no dia seguinte.
Não querendo maçar, até porque o currículo que apresentamos na figura é deveras esclarecedor, vamos só resumir o fabuloso percurso de Tales Schutz (santinho): Botafogo (sítio jeitoso para começar, sem dúvida); Atlético Paranaense (bonito, sim senhor); Ashod (ah, Israel e o seu futebol composto de ogivas de longo alcance e carrosséis ofensivos com sabor a pita shoarma); Maccabi Netanya (não se obtém prestígio nenhum se se jogar em Israel num clube que não seja “Maccabi”); Botafogo RP (cá está, o efeito do prestígio acumulado); Akratitos (onde arranjou atritos que o devolveram à procedência); Botafogo RP (outra vez, num encore pouco habitual); Cianorte (não, não é uma empresa de viação de Amarante); Jagiellonia (a Polónia era o sítio ideal para aprender a desenvolver um bigode como o do Lech Walesa) e Juventus SP (afinal, fazia muito frio na Polónia).
A partir daqui, os relatos dividem-se: os “Cadernos da Bola” apontam que Rondonópolis foi o destino; já a Wikipedia refere o Grémio Inhumense. É natural esta confusão. São dois grandes clubes quase indiferenciáveis. Acreditamos, inclusivamente, que é possível que tenha jogado cinco minutos num lado e outros cinco noutro. Não se esqueçam que Tales foi menino para estar em cerca de dez clubes em apenas cinco anos – ou seja, dois clubes por ano.
Depois, a glória: uma chamada da China, que ficara de olhos em bico perante as qualidades de Tales Schutz (santinho). A resposta de Tales ouvida pelos “Cadernos da Bola”: duas dúzias de golos em trinta jogos.
Golo após golo, Tales levava o riquexó do South China a píncaros nunca dantes experimentados. Fez chop suey das defensivas amareladas e arriscou desfilar em Tiananmen a dar toques na bola. Estava encontrado o novo Confúcio.
Porém, fiel às suas convicções, enterneceu-se ao ouvir falar do Leixões, um clube de homens do mar. Mesmo que estivesse quase a acreditar que era mesmo um avançado notável, Tales arrancou decidido para Matosinhos, deixando a China à beira de um ataque de nervos. Pedaços da Grande Muralha foram-lhe ofertados por milhões de crianças exploradas em fábricas de calçado, mas nada demoveu o impaciente Tales Schutz (santinho).
No Leixões, 394 intensos minutos em 10 jogos. Lamentavelmente, o fulgor goleador da temporada chinesa afundara-se como uma traineira ao largo da costa. Sem grandes surpresas, a direcção leixonense preparava-se para dispensá-lo logo na reabertura do mercado… mas Tales Schutz (santinho) já nem sequer lá estava: regressara ao South China, o único sítio que realmente o soube apreciar. Com ou sem crepes fritos.
Agora Tales Schutz (santinho) vive feliz, com uma impressionante e inédita estabilidade, num fértil campo de arroz com mais 30 ou 40 milhões de chineses, mais o Sidrailson – que deixou um rasto de saudade em Barcelos –, o relativamente obscuro Cacá e o igualmente icónico Detinho. Como podem ver na fotografia ao lado, e a menos que um escorpião lhe tenha paralisado os músculos faciais, Detinho está com um óptimo aspecto, encontrando finalmente um fato que lhe servisse.
Como curiosidade, a Wikipedia refere que Tales usa o nº28 nas costas, em homenagem ao dia em que conheceu a sua actual namorada. Porém, conhecendo bem Tales Schutz (santinho) como conhecemos, é provável que Tales já tenha mudado três ou quatro vezes de namorada entretanto. Pode também já se ter casado, divorciado, casado e preenchido os papéis para o divórcio novamente. E não será de estranhar que já tenha mudado de sexo, regressado ao normal e pensado em mudar de sexo outra vez ou tornar-se hermafrodita. Apostamos que nem a Wikipedia terá o mais recente update de Tales Schutz (santinho).
15 comentários:
CINQ A SEC
Que grande texto. Pareces o Eskilsson num concerto dos Europe, Rodrigues. Em grande e a desbundar.
Então a estocada final do post é divinal.
@Tiago: Não deixo de me perguntar: qual teria sido o resultado se o Farnerud ainda lá estivesse? 0-10? 5-5? 5-0? 0-0? Acho que perdemos um hino ao futebol. Mas o chamamento das musas suecas foi mais forte. Nós compreendemos-te, Pontus.
Nem de propósito: os Europe estão de volta!
http://europethebandblog.blogspot.com/
"We are extremely proud of this cd. It's got emotion....it kicks ass......it's thought provoking.....it's sexy........it might just turn your world upside down."
"It kicks ass??"
Nao sera o Binhia o bateria nao?
Os Europe virão esta ano à Concentração Motard de Faro... E EU VOU!
Também estou a pensar ir, se estiver por terras de Skoda em Julho, mas só vou se encontrar a minha camisola do Estoril-Praia.
Eskilsson é actualmente um bem sucedido jogador de poker.
Como não dava para a bola, virou-de para as cartas... "Nadah" mal pensado!!
Nuno Piloto para todos.
Ivo
E ao sétimo dia tinha de ser...
Rapazes, atingiram a consagração, o sonho máximo de um blogger!!!
http://eternobenfica.blogspot.com/2009/02/blogs-jeitosos-3.html
Parbéns!!! Aqui têem o vosso Rui Óscar.
Lembrei-me hoje do Lim.
Tinha que repartir-lo convosco
minino Fixdt,gosta dos Europe???eu também não,que nojice,todas sem bigode...
já os outros mininos que se vão elogiar todos bem juntinhos e oleados pá lama,seus grachistas..
Arménia Úrsula
De facto, este blog não perdoa.
Ontem procurei nomes de cromos atrás de nomes de cromos (tais como Fua, Dinda, Bambo, Tanta, Constantino, Cao, Zé da Rocha, Alfaia, etc) e estão cá todos.
Só não encontrei um dos que procurei: Paulo Turra (que nem era assim tão cromo, mas não deixa de ter um nome ridículo).
Certamente não estarei a dar uma novidade, mas lembro-me que quando Paulo Turra assinou pelo Sertãozinho, fez dupla com um tal de Márcio Mixirica!
Mas este acho que não jogou em Portugal...
Mesmo assim penso k o Paulo Turra posuia alguns toques cromísticos poix tambem gostava de distribuir muita turra por esse campos fora.. jaime Pacheco, Paulo Turra, Ávalos, outros tempos..
Ainda ninguém falou no inconfundível Patacas.
Portanto,Patacas para todos.
@Galaad: Um Bem Haja pelo Rui Óscar, e que melhor retribuição que um Escalona para ti que já deves estar com saudades do último? Que te saiba pela Vata.
@Ayew, Dezito: Obrigado por relembrarem esse mastodonte do césped. Paulo Turra. Um capitão com todas as letras.
Mas quem é esse tal de Rodrigues, que nem sabe do que está falando a respeito de Tales??? De onde vc acha que o conhece tanto?
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